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Significado de Isaías 50:4-6

Isaías inicia sua terceira Canção do Servo profetizando sobre o Messias. É na voz do Servo, que revela ser um discípulo e seguidor do SENHOR Deus. O Servo aprende a vontade de DEUS pelo SENHOR, e Ele O escuta para obedecer fielmente. O Servo não recua de fazer a vontade do SENHOR, mesmo quando é chicoteado, cuspido e tem a barba arrancada por seus inimigos.

O restante de Isaías 50 é o terceiro dos quatro "Cânticos do Servo" de Isaías. Cada um desses Cânticos do Servo é uma profecia sobre o Messias, descrito como "Meu Servo".

O Antigo Testamento prediz tanto um Messias servo sofredor quanto um Messias rei vitorioso. A tradição judaica chama o Messias servo sofredor de "Filho de José" e o Messias rei vitorioso de "Filho de Davi". Algumas correntes de pensamento sustentavam a ideia de que haveria dois messias ("ungidos"). Jesus cumpre ambos os papéis. Em Sua primeira vinda à terra, Jesus cumpriu as profecias do Messias servo sofredor. Em Sua segunda vinda à terra, Ele cumprirá as profecias do Messias rei conquistador.

Essa porção das Escrituras marca o início do terceiro "Cântico do Servo" de Isaías. Faremos um breve resumo dos outros três Cânticos do Servo antes de voltarmos para comentar sobre o terceiro Cântico do Servo (Isaías 50:4-11).

O primeiro "Cântico do Servo" de Isaías é encontrado em Isaías 42:1-4. Ele profetiza que o Messias trará justiça, mas não será briguento. Ele será tão gentil que "não quebrará a cana rachada" (Isaías 42:3). Este Cântico do Servo é citado por Mateus como uma demonstração de que Jesus é o Messias, por ter cumprido essa profecia depois de se afastar de uma crescente confrontação com os fariseus sobre sua cura no sábado (Mateus 12:18-21).

O segundo "Cântico do Servo" de Isaías é encontrado em Isaías 49:1-26. Ele é composto por quatro mensagens do Servo e/ou do SENHOR. A parte principal deste Cântico do Servo é a primeira mensagem, que está na voz do Servo como uma mensagem aos gentios (Isaías 49:1-6). Em determinado momento, o Servo parece desanimado por aparentemente ter falhado em cumprir sua missão de restaurar Israel. O SENHOR o consola, dizendo que é pequeno demais para Ele apenas redimir Israel; Ele também redimirá todas as nações, para que a salvação do SENHOR alcance os confins da terra.

A desilusão do Servo e a garantia do SENHOR no segundo Cântico do Servo de Isaías 49 podem ser vistas como prenúncio do desespero de Jesus, o Messias, no Jardim do Getsêmani, apenas algumas horas antes de Israel o rejeitar e crucificá-lo, e da conversa entre Ele e Seu Pai enquanto orava (Mateus 26:36-39).

Isaías 52:13-53:15 é o quarto e mais famoso "Cântico do Servo" de Isaías. É comumente conhecido como o trecho do "Servo Sofredor". Ele profetiza que, surpreendentemente, o Messias será adorado pelos gentios, mesmo sendo desconhecido, desprezado e, por fim, morto por Israel. O Messias será "transpassado pelas nossas transgressões...[e] moído pelas nossas iniquidades"...[mas] por Suas pisaduras, fomos sarados" (Isaías 53:5).

Esse quarto Cântico do Servo também prevê com precisão que o Messias morrerá "com os ímpios", mas será sepultado no túmulo "de um homem rico" (Isaías 53:9). O "Servo do SENHOR justificará a muitos, pois Ele levará sobre Si as iniquidades deles" (Isaías 53:11). E porque Ele se "entregará a Si mesmo como oferta pelo pecado" (Isaías 53:10), o SENHOR "lhe dará a honra de participar dos grandes" (Isaías 53:12).

O Novo Testamento cita este quarto "Cântico do Servo" nada menos que seis vezes: Mateus 8:14-17, Lucas 22:35-38, João 12:37-41, Atos 8:26-35, Romanos 10:11-21, 1 Pedro 2:19-25. Jesus cumpriu cada previsão deste Cântico. O Novo Testamento o cita como prova de que Jesus é o Messias (Atos 8:26-35) e faz alusão a ele como um exemplo do que Jesus fez por nós e que devemos imitar (Filipenses 2:5-10).

O Terceiro Cântico do Servo (Isaías 50:4-11)

Os versículos introdutórios deste capítulo (Isaías 50:1-3) servem como uma espécie de prefácio ou prólogo para este terceiro Cântico do Servo (Isaías 50:4-11). Neles, o SENHOR fala a uma geração pecadora de Israel que está seguindo os mesmos caminhos adúlteros e idólatras de sua "mãe" (gerações anteriores de israelitas). Mesmo que estejam desesperadamente perdidos nas profundezas de seus pecados, o SENHOR os assegura por meio de um par de perguntas retóricas como "A minha mão é curta demais para resgatar? Ou será que não tenho poder para livrar?" (Isaías 50:2b), ambas com a mesma resposta de "Não", o que significa que Ele ainda pode resgatá-los e libertá-los. Mas se eles não aceitarem Sua libertação, sofrerão as consequências presentes de seus pecados e serão severamente julgados por Deus no futuro.

Este terceiro Cântico do Servo (Isaías 50:4-11) celebra a libertação do SENHOR por meio de Seu Servo, o Messias. O Cântico do Servo começa na voz e com a perspectiva do Próprio Servo.

O Servo diz: O Senhor Jeová deu-me a língua dos que são instruídos (v.4).

O título Senhor JEOVÁ em hebraico é אֲדֹנָי יְהֹוָה, "Adonaí Yehová". A palavra traduzida como JEOVÁ é יְהֹוָה (H3069 — pronunciado "Yehová"). A palavra traduzida como Senhor é אֲדֹנָי (H136 — pronunciado "Adonaí"). Os tradutores optaram por colocar em maiúsculas a palavra JEOVÁ porque, em hebraico, ela é uma forma do nome "Yahweh", que Deus usou para se descrever a Moisés (Êxodo 3:14). Normalmente, quando essa palavra é usada no Antigo Testamento, ela é traduzida como "JEOVÁ" em letras maiúsculas. "Yahweh" é traduzido como JEOVÁ no primeiro versículo deste capítulo (Isaías 50:1).

Entretanto, "Yahweh" é traduzido como JEOVÁ em letras maiúsculas aqui porque a palavra "Adonaí" também é usada. A palavra "Adonaí" em hebraico é um título que significa "Mestre" ou Senhor. Ela é usada como título de Deus. Os tradutores quiseram evitar a frase estranha "o Senhor SENHOR" e optaram por traduzi-la como "o Senhor JEOVÁ".

Quanto ao versículo em si, o termo mais interessante nesta declaração é “instruído”. Um instruído é um discípulo, aluno, aprendiz, seguidor. Receber a língua dos instruídos significa ser como um discípulo que repete as palavras que ouviu de seu mestre, professor ou rabino. Discípulos não falam em seu próprio nome. Eles falam em nome de seu mestre.

Aqui, o Servo está dizendo que Ele é como um discípulo que repete as palavras de Seu mestre. O SENHOR Deus O fez ser um seguidor (servo) e não o líder (mestre). Ser um seguidor ou discípulo pode ser cansativo às vezes, porque a sua vontade está sujeita à vontade de outro. Mas Jesus aprendeu a andar em obediência, assim como somos exortados a aprender (Filipenses 2:8).

Jesus, o Messias, foi um líder e professor dos homens. Mas diante do SENHOR DEUS, Seu Pai, Jesus foi um discípulo que seguiu e serviu à Sua vontade (Mateus 26:39). Assim como aqueles que são discípulos, Jesus só falava o que Seu Pai lhe dava para falar (João 5:19, 5:30, 6:38).

"Jesus respondeu-lhes: O meu ensino não é meu, mas daquele que me enviou."

(João 7:16)

Para que eu saiba sustentar com palavras o que está cansado (v.4)

A razão pela qual o Messias foi um discípulo do SENHOR Deus era para que o Messias pudesse se relacionar e saber como sustentar Seus próprios discípulos com uma palavra quando eles estivessem cansados.

Porque Jesus, o Messias, foi um discípulo de Seu Pai, Ele é acessível para nós, Seus seguidores,

“Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas enfermidades, mas que tem sido tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.”

(Hebreus 4:15)

Em Jesus, o Messias, nos foi dado um exemplo perfeito a seguir. Assim como Ele agiu apenas de acordo com a vontade de Seu Pai e fez e disse apenas as coisas que Deus instruiu, assim também devemos fazer e dizer apenas as coisas que Jesus e Seu Espírito nos levam a fazer e dizer.

“Não cuideis como ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. Pois não sois vós os que falais, mas é o Espírito de vosso Pai o que fala em vós.”

(Mateus 10:19b-20)

“Eu sou a videira; vós sois as varas. Aquele que permanece em mim e no qual eu permaneço dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer.”

(João 15:5)

A seguir, o Servo diz em Isaías:

Desperta-me de manhã em manhã, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os que são instruídos (v.4)

Além de ecoar os sentimentos descritos anteriormente, essas linhas também indicam como a vida do Messias provém do SENHOR. Que Ele é renovado diariamente por meio de Sua relação e interações com o SENHOR Deus. O Messias vive a verdade dada por Moisés, "que o homem não vive apenas de pão, mas o homem vive de tudo o que procede da boca do Senhor" (Deuteronômio 8:3). Jesus aprendeu essa lição e até citou Deuteronômio 8:3 quando foi tentado por Satanás a transformar pedras em pão (Mateus 4:4).

A expressão desperta-me de manhã em manhã provavelmente indica que o Messias buscava a perspectiva de Deus no início de cada dia. A expressão desperta-me o ouvido para que eu ouça como os que são instruídos revela como o Servo ouve e compreende a vontade do SENHOR Deus para Sua vida.

E Jesus, o Messias, regularmente buscava momentos para ficar sozinho com o SENHOR Deus, Seu Pai:

“Mas ele costumava retirar-se para os lugares desertos e orar.”

(Lucas 5:16)

  •  Quando chegou o momento de escolher Seus próprios discípulos, Jesus "subiu ao monte para orar, e passou a noite orando a Deus" (Lucas 6:12).
  • Talvez porque fosse seu hábito orar a Deus, durante sua hora mais desesperadora, logo antes de ser preso, Jesus foi ao Pai para orar no Jardim do Getsêmani (Mateus 26:37-38).

As principais maneiras de ouvirmos o SENHOR como Seus discípulos e compreendermos Sua vontade para nossas vidas são através da leitura e aplicação de Sua palavra nas Escrituras (Salmo 119:11, Tiago 1:22), da oração com Deus (1 Crônicas 16:11, Salmo 63:6, Filipenses 4:6, 1 Tessalonicenses 5:16-18) e ouvindo a voz interior do Espírito (Gálatas 5:16-17).

O Servo confessa:

O Senhor Jeová abriu-me o ouvido (v.5)

Esta expressão significa que o Senhor DEUS lhe deu entendimento sobre os caminhos e a vontade do Senhor. Esse entendimento pode ser especial porque Ele é o Servo e Messias do Senhor. O Senhor enviou o Messias em uma missão especial, uma que o Servo compreendeu (Isaías 49:2-3). A expressão também pode significar que esse entendimento veio da devoção do Servo ao Senhor e de seu hábito de buscar constantemente e com atenção a Deus, ouvindo Sua vontade como um discípulo, o que levaria a seguir Seus caminhos.

Jesus, o Messias, estava ciente da vontade do Senhor para Sua vida:

  • Quando os pais de Jesus voltaram a Jerusalém para procurá-Lo, Ele lhes perguntou: "Não sabe que me convém tratar dos negócios de meu Pai?" (Lucas 2:49).
  • Após Seu batismo, Jesus foi impelido pelo Espírito que O conduziu ao deserto, onde Ele foi tentado (Marcos 1:12-13).
  • Jesus iniciou seu ministério público na Galileia "cheio do Espírito Santo" (Lucas 4:1).
  • Jesus repreendeu severamente Seu discípulo Pedro por tentar desviá-Lo da vontade de Deus: "Para trás de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não estás pensando nas coisas de Deus, mas nas dos homens" (Mateus 16:23).
  • Jesus estava constantemente ciente de Sua missão de se sacrificar pela vida do mundo para a qual o SENHOR Deus o havia chamado. Ele se referiu a este momento como "esta hora": "Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas para isso vim a esta hora" (João 12:27).
  • E no Jardim do Getsêmani, Jesus compreendeu a vontade de Seu Pai. Ele orou para não fazer o que desejava, mas o que Deus pretendia (Mateus 26:39, Marcos 14:36, Lucas 22:42).

O Servo canta em um tempo passado profético. Isso fala do futuro no pretérito, indicando a certeza com que o evento previsto acontecerá. Diz que o Servo não apenas ouviu a vontade de Deus para Sua vida e a entendeu, mas também a obedeceu:

E eu não fui rebelde,

nem me retirei para trás (v.5)

Como um discípulo fiel, o Servo não foi desobediente à vontade do Senhor DEUS para Sua vida. Ele obedeceu a tudo o que o Senhor DEUS o chamou a fazer. Ele não desistiu, agiu de maneira descompromissada nem retrocedeu diante de qualquer coisa que Deus lhe pediu.

Jesus, o Messias, foi perfeitamente obediente à vontade de Seu Pai, mesmo quando obedecê-Lo conduziu ao sofrimento, humilhação e morte.

  • “E, sendo reconhecido como homem, humilhou-se, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.”
  • (Filipenses 2:8)
  • “Embora fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”
  • (Hebreus 5:8)
  • “Conhecereis que Eu Sou e que nada faço de mim mesmo, mas, como me ensinou o Pai, assim falo. 29Quem me enviou está comigo; ele não me deixou só, porque eu faço sempre as coisas que são do seu agrado.”
  • (João 8:28b-29)

E graças a Deus e a Jesus; a salvação de todo o mundo foi possibilitada devido à perfeita obediência de Jesus, o Messias.

“Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim também pela obediência de um só todos serão constituídos justos.”

(Romanos 5:19)

Além disso, o exemplo de obediência de Jesus, o Messias, nos mostra como também podemos viver uma experiência que Ele descreveu como "a vida abundante" (João 10:10). Quando nós, como crentes em Jesus, seguimos Seus ensinamentos, nossas vidas são salvas/libertadas da futilidade e do labuta para um propósito duradouro e recompensas eternas (Mateus 6:33).

Para aqueles de nós que agora estão na era do Novo Testamento, quando acreditamos em Jesus, confiando nele como Deus e nosso Messias para pagar pelos nossos pecados, nós "nascemos de novo" (João 3:3) na família eterna de Deus e recebemos o dom da vida eterna (João 1:12, 3:14-16). O Apóstolo Paulo frequentemente descreve essa salvação da penalidade do pecado como "justificação", porque através da crença em Jesus, aqueles que creem são considerados por Deus como justificados em Sua presença. Essa justificação foi possibilitada pela morte sacrificial de Cristo na cruz para pagar a penalidade de nossos pecados (Romanos 3:23-25, Colossenses 2:13-14, 1 João 2:2). Recebemos esse dom de salvação da penalidade de morte pelos nossos pecados pela fé ou crença em Jesus (João 3:16, Romanos 3:28, 4:5, 5:5).

Para saber mais sobre o Dom da Vida Eterna, consulte nosso artigo: "O que é Vida Eterna? Como Obter o Dom da Vida Eterna."

Mas mesmo enquanto somos salvos/libertos da penalidade do pecado pela morte de Cristo, também somos salvos do poder do pecado por Sua vida.

“Se, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido reconciliados, seremos salvos pela sua vida”

(Romanos 5:10)

Somos salvos/libertos da penalidade do pecado (separação de Deus) pela fé; isso é recebido como um presente. Mas ser salvos/libertos das consequências diárias do pecado requer que caminhemos nos caminhos de Deus, em vez dos caminhos do pecado.

A maneira como somos salvos das consequências negativas ou experiência do pecado em nossas vidas diárias é vivendo nossas vidas no poder de Sua ressurreição. É caminhar pelo poder de Sua vida. Quando temos a fé para seguir Seu exemplo, então obtemos o benefício da experiência de seguir Seus caminhos. Obtemos esse grande benefício quando ouvimos o Senhor, buscamos entender Sua perspectiva para nossas vidas e seguimos Sua vontade.

Caminhar em tal obediência, a fim de obter a experiência positiva de caminhar na vida, requer que não retrocedamos quando estivermos com medo. Continuar como uma testemunha corajosa é seguir o exemplo que Jesus estabeleceu durante Sua vida terrena. Se fizermos isso, "seremos salvos [do poder do pecado e de suas consequências] pelo [exemplo] de Sua vida" (Romanos 5:10).

A próxima coisa que o Servo diz é algo profético e retrata o futuro Servo Sofredor, o Messias:

Dei as minhas costas aos que me feriam e as minhas faces,

aos que me arrancavam os cabelos da barba;

o meu rosto, não o escondi de opróbrios e de escarros (v.6)

O Servo é tão obediente, confiando e seguindo o Senhor Deus, que permitirá que seja açoitado pelos inimigos. Ele não apenas permitirá isso, mas Ele deu suas costas a eles. Isso sugere que o Messias será chicoteado, já que uma pessoa geralmente é golpeada ou açoitada nas costas com um chicote. Esta linha do terceiro Cântico do Servo lembra as linhas do quarto Cântico do Servo de Isaías 53, que dizem:

“E nós o reputávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos nós sarados.”

(Isaías 53:4b-5)

Seria necessário grande paciência e fé para que o Servo obedecesse a Deus e entregasse suas costas àqueles que o açoitam.

Além disso, o Servo também entregou seu rosto àqueles que arrancam sua barba. A pele do rosto de uma pessoa é muito sensível. Ter os pelos faciais/barba arrancados é extremamente doloroso. É também extremamente insultante e humilhante. Isso é um claro exemplo de Jesus dando um exemplo de como é "não resistir a quem é mau... [e] oferecer a outra [face]" (Mateus 5:39).

É evidente que aqueles que arrancam a barba do Servo pretendiam humilhá-lo, pois também cospem em seu rosto. Quando fizeram isso, o Servo diz que não cobriu o rosto da humilhação e escarros.

Novamente, o Servo demonstrou grande paciência e fé ao obedecer a Deus, entregando seu rosto aos inimigos para que arrancassem sua barba e cuspissem em seu rosto.

Jesus, o Messias, suportou essas coisas enquanto pacientemente obedecia à vontade do Senhor. O Novo Testamento nos diz que a perspectiva escolhida por Jesus ao contemplar a humilhação que suportou foi não dar a isso nenhum peso, em comparação com a grande recompensa que Ele confiava que viria de Seu Pai:

“...o qual, pelo gozo que lhe foi proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está sentado à destra do trono de Deus.”

(Hebreus 12:2b)

Jesus suportou a vergonha, mas em comparação com a "alegria" de receber a recompensa de reinar com Seu Pai, Ele não deu nenhuma importância à vergonha ("desprezando"). Jesus, o Messias, entregou suas costas aos romanos, que o açoitaram com um chicote (Mateus 27:26, Marcos 15:15, João 19:1).

Jesus, o Messias, também suportou tapas e socos em seu rosto após seu julgamento na casa de Caifás, enquanto aguardava seu julgamento ao amanhecer nos terrenos do Templo (Mateus 26:67, Marcos 14:65b). Não é difícil imaginar que eles também arrancaram sua barba ao fazerem isso.

Jesus, o Messias, também foi cuspido pelos judeus (Marcos 14:65a) e pelos romanos (Mateus 26:30, Marcos 15:19).

Diante de tal zombaria e dor física, Jesus, o Servo do Senhor Deus, não foi desobediente à vontade de Seu Pai, que era redimir o mundo do pecado por meio de Seu sofrimento.

“Assim se lhes tornou Salvador. Em toda a angústia deles, foi ele angustiado.”

(Isaías 63:8b-9a)

Foi à luz da obediência de Jesus durante a humilhação desses abusos que o autor de Hebreus nos encoraja a seguir em frente:

“Fitando os olhos em Jesus, Autor e Consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe foi proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está sentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que tem sofrido tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.”

(Hebreus 12:2-3)

Incrivelmente, Jesus convida cada crente a seguir seus passos e ser uma testemunha fiel que não dá importância à rejeição e às perdas pelo mundo. E Jesus promete a cada um de Seus servos que perseveram como Ele perseverou que eles ganharão a recompensa de reinar com Ele (2 Timóteo 2:12, Apocalipse 3:21).

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